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Creio que Jesus subiu aos Céus...


Cristo desceu a mansão dos mortos
"E o Senhor Jesus, depois de ter-lhes falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus"Mc 9.
- O corpo de Cristo foi glorificado desde o instante de sua Ressurreição, como provam as propriedades novas e sobrenaturais de que desfruta a partir de agora seu corpo em caráter permanente. Mas, durante os quarenta dias em que vai comer e beber familiarmente com seus discípulos e instruí-los sobre o Reino, sua glória permanece ainda velada sob os traços de uma humanidade comum.

- A última aparição de Jesus termina com a entrada irreversível de sua humanidade na glória divina, simbolizada pela nuvem e pelo céu onde já está desde agora sentado à direita de Deus. Só de modo totalmente excepcional e único Ele se mostrará a Paulo "como a um abortivo" 1 Cor 15,8 em uma última aparição que o constitui apóstolo.

- O caráter velado da glória do Ressuscitado durante esse tempo transparece em sua palavra misteriosa a Maria Madalena "Ainda não subi para o Pai. Mas vai aos meus irmãos e dizer-lhes Eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus Jo 20,17. Isso indica uma diferença de manifestação entre a glória de Cristo ressuscitado e a de Cristo exaltado à direita do Pai.

O acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente da Ascensão marca a transição de uma para a outra.

- Esta última etapa permanece intimamente unida à primeira, isto é, à descida do céu realizada na Encarnação. Só aquele que "saiu do Pai" pode "retornar ao Pai": Cristo. "Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem"Jo 3,13.
  • Entregue a suas forças naturais, a humanidade não tem acesso à "Casa do Pai" à vida e à felicidade de Deus. Só Cristo pôde abrir esta porta ao homem, "de sorte que nós, seus membros, tenhamos a esperança de encontrá-lo lá onde Ele, nossa cabeça e nosso princípio, nos precedeu".
- "E, quando eu for elevado da terra, atrairei todos os homens a mim" Jo 12
  • A elevação na Cruz significa e anuncia a elevação da Ascensão ao céu. É o começo dela.
O Sacerdócio Único de Cristo
- Jesus Cristo, o Único Sacerdote da nova e eterna Aliança, não "entrou em um santuário feito por mão de homem... e sim no próprio céu, a fim de comparecer agora diante da face de Deus a nosso favor" Hb 9,24.
- No céu, Cristo exerce em caráter permanente seu sacerdócio, "por isso é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive eternamente para interceder por eles" Hb 7,25.
  • Como "sumo sacerdote dos bens vindouros" Hb 9,11 ele é o centro é o ator principal da liturgia que honra o Pai nos Céus.

- A partir de agora, Cristo está sentado à direita do Pai: "Por direita do Pai entendemos a glória e a honra da divindade, onde aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos como Deus e consubstancial ao Pai se sentou corporalmente depois de encarnar-se e de sua carne ser glorificada"

- O sentar-se à direita do Pai significa a inauguração do Reino do Messias, realização da visão do profeta Daniel no tocante ao Filho do Homem:
  • A Ele foram outorgados o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído Dn 7,14.
A partir desse momento, os apóstolos se tornaram as testemunhas do "Reino que não terá fim".

O Sacerdócio Batismal
- Cristo, sumo sacerdote e único mediador, fez da Igreja "um Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (Cf Ap 1,6; 5,9-10; 1 Pd 2,5.9).
- Toda comunidade dos fiéis é, como tal, sacerdotal. Os fiéis exercem seu sacerdócio batismal por meio de sua participação, cada qual segundo sua própria vocação, na missão de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei. E pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que os fiéis são "consagrados para ser um sacerdócio santo".

- O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora "ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo", diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo "ordenados um ao outro". Em que sentido?
- Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o Sacramento da Ordem.                                                   CIC-Catecismo da Igreja Católica 659-667

Amor filial
- Toda perfeição e virtude procede da caridade; a caridade alimenta-se da humildade; a humildade nasce do autoconhecimento e da vitória sobre o egoísmo da sensualidade.
- Para se atingir o amor filial é necessário, pois, perseverar na cela do autoconhecimento. Nesta cela o homem conhecerá o meu perdão através do sangue de Cristo, atrairá sobre si pelo amor a minha caridade, procurará destruir em si toda má vontade espiritual e temporal. Fará como os apóstolos e Pedro que, depois da negação, chorou. Era um pranto imperfeito, que imperfeito permaneceu durante os quarenta dias que precederam a Ascensão.
- Depois que Jesus subiu ao céu em sua humanidade, Pedro e os demais apóstolos fecharam-se no Cenáculo, esperando a vinda do Espírito Santo segundo a Promessa de Jesus. Ali permaneceram com as portas fechadas, cheios de medo, como acontece com todo homem antes de chegar ao verdadeiro amor.
- Ficaram perseverantes na oração humilde e contínua, até receber a plenitude do Espírito Santo. Então, livres do temor, passaram a seguir e pregar Cristo Crucificado.
- Também o homem que deseja atingir tal perfeição, por medo do castigo começa a chorar depois de abandonar o pecado mortal pelo arrependimento; em seguida, eleva-se à consideração de minha misericórdia, e nisto encontra consolação e prazer.
- Jesus revelou aos discípulos, ao dizer: “Irei e voltarei a vós” (Jo 14,27).
- Tudo quanto ele dizia a eles em particular, afirmava-o igualmente para todos os seus contemporâneos e às gerações futuras: “Irei e voltarei a vós” disse ele; e o fez. Voltou, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos; Ele não vem sozinho, mas com o Poder do Pai, com a Sabedoria do Filho e com o Amor Clemente do Espírito Santo.

O Diálogo-Santa Catarina de Sena/135

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