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Virtude e Deus:30 Razões para Fazer um Retiro

Podemos fazer um retiro espiritual a qualquer época do ano. Nosso confessor pode nos recomendar um
retiro em especial, ou um amigo pode nos convidar para um retiro.

Nos retiros avaliamos como nós somos, se nos comportamos conforme o que Deus espera de nós e recebemos formação e informação útil para condução da nossa vida.

Também é habitual que nos retiros façamos um bom exame de consciência em preparação para uma Confissão. O exame, a orientação individual do sacerdote e as aulas de formação nos ajudam a continuar boas pessoas.

A falta desses cuidados de reflexão e formação humana pode fazer com que percamos a pouca virtude que já adquirimos. Quando o prato da balança dos defeitos pesa mais que o das virtudes é urgente que se faça um retiro espiritual. A falta de vigilância podem nos levar a ter comportamentos viciosos dos quais não temos muita consciência. Se tivermos alguns dos comportamentos abaixo, talvez fosse bom fazer um retiro. Fale com seu confessor.

Devemos fazer um Retiro se:

  1. Temos frequentemente desgosto das coisas sagradas.
  2. Se somos preguiçosos ao rezar, pouco piedosos na fé, distraídos na Santa Missa, comodistas na caridade cotidiana.
  3. Contínua fuga da mente para imaginações em que somos exaltados ou imaginamos perigos, situações fantásticas, enfim, não estamos bem calçados no real. 
  4. Busca contante por consolações. Até para levar a realidade mais rotineira precisamos de doce, bebida, comida em excesso, drogas, desculpas, fugas para a Internet, depravações, etc.
  5. Se trabalhamos de maneira ligeira e superficial como quem quer se livrar da tarefa. Calçando tudo com intrigas, despeito, invejas, maledicências, juízos temerários. E ao invés de fazermos tudo bem feito nosso único desejo é nos livrar de quem deveríamos servir e fazemos o trabalho com enrolações e mal feito ou por razões vis, como quando reduzimos o dever a aspectos meramente comerciais chegando a denegrir a dignidade humana ou quando no trabalho nos corrompemos, tiramos vantagem, etc.
  6. Ter pouco ou nenhum receio de pecar.
  7. Viver muito perto de pessoas, ambientes, páginas na Internet que podem nos levar a corrupções maiores. Ou quando começamos a conceder, achar necessário ou natural atos corruptos como vender produtos fora da data de validade, aceitar e promover corrupções, fingir que ensina, fingir que estuda, explorar subordinados, filhos, etc.
  8. Ter cada vez menos controle sobre tantos rompantes e modos pouco virtuosos e que cada vez controlam mais o que realmente somos: palavrões, destemperos de raiva, satisfação na maledicência, no relembrar ressentimentos que viram cada vez mais frequentemente motivo de nossos modos agressivos, neuróticos. 
  9. Não ver os defeitos dominantes que já há muito são conhecido dos demais. E não importa quanto se lhe deem indiretas não vê os seus erros.
  10. Ter muitos maus hábitos não corrigidos.
  11. Falhas diárias no cumprimento dos deveres e obrigações. Sempre atrasado, sempre enrolado, sempre mentindo, etc.
  12. " A quem a muito lhe foi dado, muito lhe será cobrado." Usa das oportunidades que tem só para promover a própria comodidade, não faz nada pelos demais, pela comunidade, não tem ideais nobres, em geral só reclamações sobre como a vida lhe custa ou desculpas para só fazer o que lhe convém. 
  13. Não seguir e talvez nem se lembrar dos seus propósitos feitos no último retiro, ou confissão. 
  14. Sua vida não segue as leis de Deus.
  15. Não busca ter virtudes ou as tem em mínimo grau e não está fazendo nada para crescer em qualidade humana.Tem um conhecimento mínimo ou quase inexistente de quais virtudes deveria ter na sua profissão e para bem exercer suas obrigações de pai, filho, amigo, etc.
  16. Tem maus modos, é insensível à necessidade dos demais. Cai facilmente em preconceitos e faz mal juízo dos outros como forma de exaltar-se.  As boas maneiras são a primeira expressão da caridade, e você, nem a estas ou aos seus conceitos básicos dá atenção justificando-se com desculpas egoístas.
  17. Não é capaz de fazer nenhuma mortificação. Levantar-se na hora todos os dias e arrumar a cama o martiriza. Sorrir quando não tem vontade para manter o bom humor em família, ceder o controle remoto da TV, comer sem fazer queixas egoístas são sentidas como martírios injustificáveis e razão para contentas acirradas. 
  18. Um permanente estado de constante disputa e suspeita nos relacionamentos é seu conceito de inteligência não importa quando os demais sejam martirizados por problemas gerados apenas por um egoísmo descontrolado.  
  19. Seus ideais nobres, aspirações para toda a vida, estudos futuros, nobres ambições, são vagas aspirações. Não há metas de curto, médio e longo prazo. Não há conversa com Deus para se chegar ao que se deve fazer. Tudo de nobre, sonhos, talentos, dons, propósitos de melhora, inclinações são sempre apenas vagas intenções, rapidamente esquecidas ou não propriamente perseguidas. 
  20. As ações cotidianas são cheias de malícia, maledicências, motivações vis, torpes ou fúteis.
  21. Estamos de tal maneira movidos pela luxúria que naturalizamos assédios, coerções, etc.
  22. Nossos comportamentos são regidos por entendimentos medíocres como: "gostosa do pedaço", "machão garanhão", " o que importa é grana", "penso que todos me desejam e cometo frequentemente atos de injustiça,  me considero melhor por atos que são na verdade puro preconceito social ou racial, debocho dos que tem fé, etc.
  23. Passaria numa prova que avaliasse se é bom amigo? Bom profissional? Boa pessoa? Quais critérios tem para avaliar se está indo pelo caminho certo? Adquirir bons critérios para a vida é sempre um bom motivo para se fazer um retiro, de preferência de três dias, que tenha momentos em silêncio e intensa atividade de formação. 
  24. Deus nos dá as graças para realizarmos tudo que temos que fazer. Por uma alma já acomodada, não aproveitamos as oportunidades, as graças recebidas.
  25. Seu exemplo pouco edifica seus filhos, sua família e consequentemente a sociedade e até toda a raça humana porque tudo de bom que fazemos eleva a humanidade assim como os erros a denigrem. Não existe pecado que não tenha efeito só sobre nós mesmos, sempre o mal que fazemos tem um efeito maléfico na história, perpetua o mal. 
  26. Depois de tantas confissões a mesma permanência nos mesmos erros, nos mesmos defeitos, nenhum progresso. 
  27. Incapacidade de lutar contra o mal: o mesmo embebedamento, os mesmos maus hábitos, os mesmos maus relacionamentos que corrompem mas que não são cortados. Os mesmos medos que não são vencidos. 
  28. Uma vida que é uma figueira como a da Bíblia: muita folhagem, mas pouco fruto. Muita ginástica, magreza, acompanhamento da moda, mas nenhum conteúdo, nenhum trabalho beneficente ou desinteressado. 
  29. Não me conheço e tenho justificativas para condenar quem me acusa de qualquer defeito. Não me conheço, não conheço a palavra de Deus, não conheço meu ofício, não conheço aqueles que amo, não conheço a necessidade dos outros. 
  30. Facilmente me deixo levar por ideologias de ocasião, muitas das quais são expressão de ditaduras de partido, de Estado, de mercado. Facilmente troco de religião para uma que diga que está certo o que faço de errado. Facilmente me omito de defender a verdade, facilmente me deixo levar pela maledicência contra a Igreja, contra os valores que um dia defendi. Falta-me sólida virtude porque à qualquer crítica nego os meus valores. 


Livro Consultado: Solid Virtue: A Treatise of Obstacles to Solid Virtue - Aloisyus Bellecious

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