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História do Cristianismo - (Parte 01)


A história do cristianismo é o estudo da religião iniciada por um profeta judeu de Nazaré chamado Jesus. O cristianismo tornar-se-ia numa das maiores religiões, afetando todas as outras fés e mudando o curso da história humana (ver: impacto do cristianismo na civilização). Isso diz respeito principalmente a religião cristã e da Igreja, do sucessor de Jesus, Tiago, o Justo, até a era atual e as denominações. O cristianismo difere significativamente das outras religiões abraâmicas na afirmação de que Jesus Cristo é o Filho de Deus. A grande maioria dos cristãos acreditam num Deus trino formado por três pessoas unidas e distintasPaiFilho e Espírito Santo. Ao longo da sua história, a religião tem resistido a cismas e a disputas teológicas que resultaram em muitas igrejas distintas. Os maiores ramos do Cristianismo são a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa, as Igrejas protestantes.
O cristianismo começou a se espalhar inicialmente a partir de Jerusalém, e depois em todo o Oriente Médio, acabando por se tornar a religião oficialda Armênia em 301, da Etiópia em 325, da Geórgia em 337, e depois a Igreja estatal do Império Romano em 380. Tornando-se comum em toda a Europa na Idade Média, ela se expandiu em todo o mundo durante a Era dos Descobrimentos.
Atualmente o cristianismo possuí cerca de 2,13 bilhões de adeptos, sendo a maior religião mundial adotada por cerca de 33% da população do mundo. É a religião predominante na EuropaAméricaOceania e em grande parte de África e partes da Ásia.

Durante sua história, o cristianismo passou de uma obscura seita judaica do século I para uma religião existente em todo o mundo conhecido naAntiguidade.
Na Judeia, uma das províncias romanas no Oriente, facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião. Entre as várias seitas judaicas que coexistiam na região, estavam a dos fariseus, voltados para a vida religiosa e o estudo da Torá, e a dosessênios, que pregavam a vinda do Messias, um rei poderoso que lideraria os judeus rumo à independência. Nesse clima de agitação, durante o governo de Otávio, nasceu, em Belém, um judeu chamado Jesus.
Poucas fontes históricas não-cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do Cristianismo. A principal fonte a respeito de sua vida são osEvangelhos, que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de Nazaré. Há um período sobre o qual praticamente não há informações, até que, aos trinta anos, Jesus recebe o batismo pelas mãos de João Batista, nas águas do Rio Jordão e começa a pregação de seu ideário. Para os cristãos, Ele seria o Messias esperado pelos judeus. No Sermão da Montanha, descrito nos evangelhos de Mateus e de Lucas, é apresentado os princípios básicos de seu pensamento: para Jesus, a moral, como a religião, era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência. Pregava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo.
Segundo os Evangelhos, as autoridades religiosas judaicas não aceitaram que aquele homem simples, que pregava aos humildes, pudesse ser o rei, o Messias que viria salvá-los (ver: Rejeição de Jesus). Consideraram-no um dissidente e o enquadraram na lei religiosa, condenando-o à morte porcrucificação, a ser aplicada pelos romanos (do ponto de vista das autoridades romanas, Jesus era um rebelde político). Levadas pelos seus discípulos, os apóstolos, a diversas partes do império romano, as idéias de Jesus frutificaram. O apóstolo Paulo, judeu com cidadania romana, deu caráter universal à nova religião: segundo ele, a mensagem de Jesus, chamado de Cristo (o ungido) por seus seguidores, era dirigida não somente aos judeus, mas a todos os povos. Com Paulo, o Cristianismo deixou de ser uma seita do judaísmo para se tornar uma religião autônoma (ver: Paulinismo). Por não aceitarem a divindade imperial e por acreditarem que havia uma única verdade - a de Jesus -, os cristãos foram perseguidos pelos romanos.
Por volta do ano 70, foram escritos os evangelhos atribuídos a Mateus e Marcos, em língua grega. Trinta anos depois, publicava-se o evangelho atribuído a João, e a doutrina da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) começava a tomar forma. O cristianismo pode, então, ser interpretado como uma síntese de crenças judaicas e persas.
Apegados ao monoteísmo, os cristãos não juravam o culto divino ao imperador, provocando reações violentas. As perseguições ocorreram em curtos períodos, embora violentos, na medida em que o culto divino ao imperador, estabelecido por Augusto mas formalizado por Domiciano, era aplicado nas províncias  . Muitos foram perseguidos, outros morreram nas arenas, devorados por feras. Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas se convertiam ao cristianismo, especialmente pobres e escravos, que se voltavam para a Igreja por acreditarem na promessa de vida eterna noParaíso.
O poder do cristianismo não podia mais ser ignorado. A partir do momento em que cidadãos ricos do Império Romano se converteram à nova religião, a doutrina, que pregava a igualdade e a liberdade, deixava de representar um perigo social. Aos poucos, a Igreja Católica se institucionalizava e o clero se organizava, numa enorme escalada da hierarquia com o surgimento dos bispos e presbíteros, no lugar de anciãos e superintendentes. O território sob o domínio romano foi dividido em províncias eclesiásticas. Os Patriarcas, bispos dos grandes centros urbanos - comoRomaConstantinoplaAntioquia da Síria e Alexandria -, ampliaram seu poder, controlando as províncias. O bispado de Roma procurou se sobrepor aos demais, alegando que o bispo de Roma era o herdeiro do apóstolo Pedro, que teria recebido de Jesus a incumbência de propagar a fé cristã entre os povos.
Em 313, o imperador Constantino fez publicar o Édito de Milão, que instituía a tolerância religiosa no império, beneficiando principalmente os cristãos. Com isso, recebeu apoio em sua luta para se tornar o único imperador e extinguir a tetrarquia. Em 361, assumiu o trono Juliano, o Apóstata, que tentou reerguer o paganismo, dando-lhe consistência ético-filosófica e reabrindo os templos. Três anos depois o imperador morreu e, com ele, as tentativas de retomar a antiga religião romana.
Em 391Teodósio I (379-395) oficializou o cristianismo nos territórios romanos e perseguiu os dissidentes. Após seu reinado, o império foi dividido em duas partes. Os filhos de Teodósio assumiram o poder: Arcádio herdou o Império Romano do Oriente, cujo centro político era Constantinopla (antiga Bizâncio, rebatizada em homenagem ao imperador Constantino, localizava-se onde hoje é a cidade turca de Istambul); a Honório I coube o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma.
cristianismo primitivo pode ser dividido em duas fases distintas: o período apostólico, quando os primeiros apóstolos estavam vivos e propagaram a  cristã: e o período pós-apostólico, quando foi desenvolvida uma das primeiras estruturas episcopais e houve uma intensa perseguição aos cristãos. Essa perseguição terminou em 313 d.C. sob o governo de Constantino I, em 325 ele promulgou o primeiro concílio de Niceia, dando início aos Concílios Ecumênicos.

Igreja Apostólica

A Igreja Apostólica era uma comunidade liderada pelos apóstolos e pelos parentes e seguidores de Jesus. De acordo com o Novo Testamento, depois de sua ressurreição, Jesus ordenou naGrande Comissão que seus ensinamentos fossem espalhados por todo o mundo. Os Atos dos Apóstolos é a fonte primária de informação sobre esse período. Escrito por Lucas, o livro conta a história da igreja primitiva a partir dessa comissão em Atos 1:3-11 até a propagação da religião entre os gentios do leste do Mediterrâneo por Paulo de Tarso e outros.
Os primeiros cristãos eram de Etnias judaicas ou judeus prosélitos. Em outras palavras, os primeiros seguidores do cristianismo foram os judeus que Jesus chamou para ser seus primeirosdiscípulos. Apesar da Grande Comissão de Mateus 28:19-20 ser dirigida a todas as nações, os primeiros cristãos se depararam com uma questão que trouxe problemas para os primeiros líderes da igreja: os Gentio convertidos ao cristianismo precisariam se tornar judeus? Isso geralmente estava associado a circuncisão a a adesão de leis dietéticas. Enquanto os judaizantesapoiavam essas restrições, alguns pregadores cristãos, como o apóstolo Paulo, foram contra impor aos novos conversos essas práticas. Além disso, a circuncisão era considerada repulsiva pelos gregos da Bacia do Mediterrâneo. As ações de Pedro na conversão de Cornélio, o centurião, parecia indicar que não era preciso estar circuncidado, e isso foi debatido e aprovado peloConcílio Apostólico de Jerusalém. Questões relacionadas são debatidas ainda hoje.
As doutrinas que os apóstolos trouxeram para a Igreja Primitiva entraram em conflito com algumas autoridades religiosas judaicas. Isto levou a expulsão dos cristãos das sinagogas. O livro deAtos registra o martírio dos líderes cristãos, como Estêvão e Tiago Zebedeu. A partir daí, o cristianismo adquiriu uma identidade distinta do judaísmo rabínico. Entretanto, essa diferença não foi reconhecida de uma vez pelo Império Romano. O nome cristão (do grego Χριστιανός ) foi aplicado pela primeira vez aos discípulos em Antioquia da Síria, conforme registrado em Atos 11:26.Alguns afirmam que o termo cristão foi criado como um nome depreciativo, sendo aplicado como um termo de escárnio para aqueles que seguiram os ensinamentos de Jesus.

Crenças e credos dos cristãos primitivos


Cristo Jesus,10 O Bom Pastorséculo III.
As fontes para as crenças da comunidade cristão primitiva são os Evangelhos e as epístolas do Novo Testamento. Os relatos mais antigos da crença estão contidos nesses textos, como os credos e os hinos cristãos, bem como as histórias da Paixão, do túmulo vazio e as aparições da ressurreição. Algumas dessas crenças são datadas nos anos 30 dC ou 40 dC, originário dentro da Igreja de Jerusalém.11

Igreja pós-apostólica

Essa fase do cristianismo pós-apostólico vai desde a morte dos apóstolos (aproximadamente 100 d.C.) até o término das perseguições e a legalização do culto cristão por Constantino, o Grande.

Perseguições

Desde o início os cristãos foram sujeitos a várias perseguições. Isso resultou na morte dos primeiros cristãos, como Estêvão (Atos 7:59) e e Tiago, filho de Zebedeu (Atos 12:2). A perseguição aos cristãos pelo Império Romano ficou mais feroz a partir do ano 64 dC quando, conforme relatado pelo historiador RomanoTácito, o Imperador Nero culpou-os pelo Grande incêndio de Roma. De acordo com a tradição da igreja, Paulo e Pedro foram martirizados em Roma por Nero. Da mesma forma, vários dos escritos do Novo Testamento mencionam o stress que era causado pelas perseguições na vida dos primeiros seguidores de Jesus. Por 250 anos os cristãos sofreram perseguições esporádicas por sua recusa em adorar o imperador romano. Por isso, eles eram considerados traidores, sendo assim punidos com a pena de morte. Apesar das perseguições serem intensas, a religião cristã continuou a sua propagação em toda a Bacia do Mediterrâneo.

Estrutura e episcopado


A Última Prece dos Mártires Cristãos, de Jean-Léon Gérôme (1883). Desde o início os cristãos foram sujeitos a váriasperseguições.
Os bispos da Igreja Pós-Apostólica emergiram como superintendentes das populações urbanas cristã. Além disso, a igreja formou gradualmente umahierarquia no clero que tomou a forma de de episkopos (bispos), anciãos e presbíteros (pastores), além dos diáconos (servos). Mas isso aconteceu lentamente e em diferentes momentos para diferentes localidades. ClementeBispo de Roma, refere-se na sua carta I Clemente aos líderes da igreja deCorínto como bispos e presbíteros, indistintamente, e também diz que os bispos estão a conduzir o rebanho de Deus para o pastor chefe (presbítero),Jesus Cristo. Os escritores do Novo Testamento também usam os termos diáconos, presbíteros e anciãos de forma intercambiável.
Os principais bispos da era Pós-Apostólica incluem Policarpo de EsmirnaClemente de Roma e Ireneu de Lião. Esses homens supostamente conheceram e estudaram pessoalmente com os apóstolos. Por isso eles são chamados de Padres Apostólicos. Cada comunidade cristã tinha os presbíteros, que eram ordenados e ajudavam o bispo; O cristianismo se difundiu especialmente nas áreas rurais. Os presbíteros exerciam mais responsabilidades dentro das igrejas locais, tomando forma distinta como sacerdotes. Por último, os diáconos também exerciam determinadas funções, tais como cuidar dos pobres e doentes. No segundo século, uma estrutura episcopal se torna mais visível. Essa estrutura foi apoiada pela doutrina dasucessão apostólica, onde o bispo se tornava o sucessor espiritual do bispo anterior em uma linha que remontaria aos próprios apóstolos.
A diversidade do cristianismo primitivo pode ser documentada a partir do registro do Novo Testamento. O livro de Atos admite conflitos entre hebreus e helenistas; e entre cristãos judeus e cristãos gentios. As cartas de PauloPedroJoãoTiago e Judas são testemunhos de conflitos de liderança e de teologia na Igreja Primitiva. Em resposta aos ensinos gnósticosIreneu de Liãocriou o primeiro documento que descreve a Sucessão apostólica.

Primeiros escritos cristãos

Como a expansão do cristianismo, alguns membros bem-educados que faziam parte do círculos do mundo helenístico vieram a se tornar bispos e líderes da igreja. Eles produziram dois tipos de obras: teológica e Apologética. Este último eram destinados a defender a fé usando a razão para refutar os argumentos contra a veracidade do cristianismo. Esses autores são conhecidos como os Padres da Igreja, e o estudo de suas obras é chamado de patrística. Entre os notáveis Padres desse período estão Inácio de AntioquiaPolicarpo de EsmirnaJustino MártirIrineu de Lião,TertulianoClemente de Alexandria e Orígenes de Alexandria.

Início da arte


A Virgem e o Menino. Pintura dasCatacumba romana, no século IV.
arte cristã surgiu relativamente tarde e as primeiras imagens cristãs conhecidas surgem no ano 200 dC, embora haja algumas evidências literárias que pequenas imagens domésticas eram usadas anteriormente. As mais antigas pinturas cristãs que temos são da época das Catacumbas romanas. Já as mais antigas esculturas cristãs são de sarcófagos, que datam do início do século III. Apesar de muitos judeus helenistas terem imagens de figuras religiosas no templo, como na Sinagoga Dura-Europos, por exemplo, a proibição mosaica tradicional de fazer qualquer tipo de imagem esculpida tinha algum efeito, embora nunca tenha sido proclamada pelos teólogos. Esta rejeição inicial de imagens e a necessidade de ocultar a prática cristã da perseguição nos deixa com poucos registros arqueológicos a respeito do cristianismo primitivo e sua evolução.

Primeiras heresias

Novo Testamento fala da importância de manter a doutrina (ortodoxa) correta e refutar as heresias, mostrando o quão antiga era essa preocupação. Por causa do alerta bíblico contra os falsos profetas, o cristianismo sempre se preocupou em manter e ensinar a interpretação ortodoxa da fé. Com efeito, um dos papéis principais dos bispos na Igreja primitiva era determinar e manter importantes crenças corretas, além de refutar as opiniões contrárias conhecidas como heresias. Como não havia diferentes opiniões entre os bispos sobre novas questões, a definição da ortodoxia iria ocupar a Igreja por algum tempo.
As primeiras controvérsias eram muitas vezes sobre a natureza cristológica, isto é, eles estavam relacionados com a divindade ou a humanidade de Jesus. O Docetismo declarava que a humanidade de Jesus era apenas uma ilusão, negando assim a encarnação. Já o arianismo considerava Jesus como um ser que não era eternamente divino - mas que também não era um mero mortal - sendo portanto de menor status do que o Pai. O Trinitarianismo declarou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo formavam um ser com três pessoas. Além disso, Cristo possuía uma dupla natureza, conhecida pelos teólogos como União hipostática. Muitos grupos mantinham crenças dualistas, sustentando que a realidade era composta de duas partes radicalmente opostas: a matéria, vista como mal, e o espírito, visto como bom. Tais visões deram origem a algumas teologias da encarnação, que foram declaradas heréticas. A maioria dos estudiosos concorda que aBíblia ensina que tanto o mundo material quanto o mundo espiritual foram criados por Deus, sendo portanto bons.
O desenvolvimento da doutrina, a posição da ortodoxia e as relações entre as diversas opiniões é uma questão muito debatida na academia. Como a maioria dos cristãos de hoje seguem as doutrinas estabelecidas pelo Credo Niceno-Constantinopolitano, os teólogos cristãos modernos tendem a considerar os primeiros debates como uma posição ortodoxa unificada contra uma minoria de hereges. Outros estudiosos, baseando-se nas distinções entre cristãos judeus, o Paulinismo (cristianismo paulino) e outros grupos, como os Marcionistas, argumentam que ocristianismo primitivo foi sempre fragmentado, com crenças contemporâneas concorrentes.

Cânon bíblico


A folha de P46, um das primeiras coleções do século III das epístolas paulinas.
cânon bíblico é o conjunto de livros que os cristãos consideram como divinamente inspirada, formando assim a Bíblia cristã. Embora a Igreja Primitiva usasse o Antigo Testamento de acordo com o cânon da Septuaginta (LXX), ao escrever os seus textos os apóstolos não pretendiam criar um conjunto definido de novas Escrituras, mesmo eles reconhecendo que seus escritos eram divinamente inspirados; O Novo Testamento foi escrito e reunido ao longo dos anos.
O processo de canonização do Novo Testamento foi complexo e demorado. Caracterizou-se por uma coletânea de livros que a tradição apostólica considerou autoritária no culto e no ensino, além de serem relevantes para as situações históricas em que viviam, e em consonância com o Antigo Testamento. Contrário à crença popular, o cânon do Novo Testamento não foi sumariamente decidida em reuniões do Conselho grande igreja, mas sim desenvolvido ao longo de muitos séculos
Os escritos dos apóstolos circularam entre as primeiras comunidades cristãs. As epístolas de Paulo estavam circulando em forma coletados no final do primeiro século dCJustino Mártir, no segundo século, menciona as memórias dos apóstolos, que os cristãos chamam de evangelhos e que foram considerados em pé de igualdade com o Antigo Testamento. Um cânone contendo os quatro evangelhos (o Tetramorph) já estava circulando na igreja no tempo de Irineu em 160 d.C. No início do século IIIOrígenes de Alexandria talvez tenha usado os mesmos 27 livros que compõe o Novo Testamento moderno, mas ainda havia disputas sobre a canonicidade de HebreusTiagoII PedroII e III João e Apocalipse. Essas obras que foram questionadas sobre sua autenticidade são chamadas "antilegomena". Em contraste, os escritos que foram aceitos universalmente pela igreja desde meados do século II e que compõe hoje a maior parte do Novo Testamento são denominadas homologoumena. Da mesma forma, o fragmento de Muratori mostra que em 200 d.C. já existia um conjunto de escritos cristãos semelhante ao Novo Testamento atual.
Em sua carta de Páscoa de 367 d.C.Atanásio, bispo de Alexandria, escreveu a primeira lista com os 27 que viriam a formar o Novo Testamento canônico. O Sínodo de Hipona em 393 d.C. aprovou o Novo Testamento tal como conhecemos hoje, juntamente com os livros da Septuaginta, uma decisão que foi repetida pelos Conselhos de Cartago em 397 d.C. e em 419 d.C.. Esses conselhos foram liderados por Santo Agostinho, que considerava o cânone como algo já fechado. Da mesma forma, o Papa Dâmaso I comissionou Jerônimo a fim de organizar a edição Latina da Vulgata em 383 d.C., o que foi algo fundamental para a fixação do cânon do Ocidente. Em 405 d.C., o Papa Inocêncio I mandou uma lista dos livros sagrados para Exuperius, um bispo gaulês.
Quando esses bispos e concílios discutiram sobre o assunto, no entanto, eles não estavam definindo algo novo, mas sim "estavam ratificando o que já havia se tornado a mente da Igreja."Assim, por volta do século IV, existia uma unanimidade no Ocidente sobre o cânon do Novo Testamento; O Oriente, com poucas exceções, havia entrado em harmonia sobre a questão do canôn por volta do século V. A única resistência estava relacionada ao livro do Apocalipse. Não obstante, um articulação dogmática completa do cânon não foi feito até 1546 no Concílio de Trento para o Catolicismo Romano; e em 1563 nos Trinta e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra; Em 1647 na Confissão de Fé de Westminster para o calvinismo; E finalmente em 1672 noSínodo de Jerusalém para ortodoxia grega.

Cristianismo-Post:
Wikipédia

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